quando há oferta de adoçantes substituindo a sacarose,
o número de bactérias diminui. No entanto, é
muito importante lembrar que vários fatores atuam em conjunto
para provocar a cárie; assim, a prevenção não
pode ser direcionada para um único fator. Além disso,
a substituição da sacarose por outros tipos de carboidratos
mais complexos (menos utilizados pelas bactérias), seria
a escolha mais saudável
Os adoçantes têm contra-indicação
para a saúde geral?
Desde que os adoçantes sejam ingeridos dentro da quantidade
recomendada (muitos produtos dietéticos possuem em seu rótulo
a dose máxima diária), não há problema.
Deve-se tomar cuidado com os adoçantes constituídos
de álcool poliídrico (sorbitol, xilitol, maltitol),
que não devem ultrapassar a dose de 50 g/dia sob risco de
provocarem diarréia. Outro fato a ser lembrado é que
o aspartame, por ter fenilalanina, é contra-indicado para
pacientes fenilcetonúricos (que não conseguem metabolizar
a fenilalanina), sendo este distúrbio muito raro na população
(1:16.000).
As crianças podem ingerir adoçantes?
Sim, as crianças podem ingerir adoçantes, mas normalmente
recomenda-se apenas para aquelas que realmente têm indicação
para o seu uso, como as diabéticas e, em algumas situações,
as obesas (indicação médica). No entanto, em
relação às crianças com risco aumentado
para a cárie dental, o ideal é manter um controle
na ingestão de sacarose, tanto na freqüência quanto
na quantidade, e reforçar os outros meios preventivos.
O açúcar em forma de sacarose faz falta para crianças?
O açúcar é um alimento considerado uma fonte
importante de carboidrato de absorção rápida.
Atualmente, têm-se dado maior ênfase à utilização
de carboidratos complexos em detrimento dos simples (de absorção
rápida), não apenas devido ao aumento da prevalência
de obesidade infantil, mas também como uma forma de prevenção
de cárie. Portanto, desde que os carboidratos sejam consumidos
na quantidade recomendada (55-60% do valor calórico total
da dieta), não há necessidade de se consumir especificamente
o açúcar, podendo ser ingerido outro tipo de alimento
que seja fonte desse nutriente, principalmente os não-processados,
como os integrais.
O uso indiscriminado de refrigerantes diet (com adoçante)
faz mal à saúde?
Como ocorre com qualquer alimento, o uso indiscriminado dos adoçantes
não é indicado, devendo, portanto, haver moderação.
Alguns adoçantes sintéticos como aspartame, sacarina,
acesulfame-K e sucralose são aprovados pela Food and Drug
Administration (FDA) e, portanto, têm uma regulamentação
maior para às doses máximas recomendadas. Os estevosídeos
(stévia), apesar de muito utilizados na América do
Sul, não são aprovados pelo FDA e, portanto, não
têm uma regulamentação específica quanto
a doses máximas permitidas. O ciclamato de sódio foi
proibido pelo FDA, mas novos estudos comprovaram que a dose tóxica
é muito alta, e, por isso, cogita-se a sua reaprovação.
Os refrigerantes diet utilizam, em geral, uma mistura de aspartame,
sacarina e ciclamato de sódio. A chance de se chegar à
dose máxima desses componentes é, praticamente, teórica.
Levando-se em conta que os estudos ora aprovam, ora condenam os
diversos adoçantes, e tendo em vista que os órgãos
controladores seguem os estudos para aprovarem ou não o uso,
o mais sensato é utilizar pouco.
E em relação aos chicletes sugar-free?
São melhores que os que possuem açúcar, mas
deve ser observada a quantidade recomendada. Além disso,
o fato de não terem açúcar e estimularem a
salivação faz com que ajudem na proteção
contra a cárie. Isso vale principalmente para o chiclete
com xilitol, pois esse adoçante tem uma ação
antibacteriana.
As gestantes podem consumir produtos com adoçantes?
Sim, desde que tenham orientação para a ingestão
de uma dieta equilibrada e não utilizem esses produtos em
excesso. O aspartame poderia trazer problema no caso de a criança
ser fenilcetonúrica, mas esse distúrbio, como dissemos,
é muito raro. A sucralose (splenda) é liberada pela
FDA para gestantes, pois ela não é absorvida no intestino.
fonte: Revista da APCD. |